TELETRABALHO NA ANACOM

Com a entrada em funções do atual Conselho de Administração (CA) da ANACOM, mais concretamente do atual Presidente do Conselho de Administração (PCA), João Cadete de Matos, em 2017, os trabalhadores viram como positiva a vontade e a efetiva modernização da organização levada a cabo desde então.

A atual intenção do CA em repor a anterior política de teletrabalho – recorde-se, encarada como extraordinária à data e muito aquém do, entretanto, praticado nestes últimos 2 anos -, não parece ser compatível com os objetivos de modernização que foram tão bem acolhidos pela organização, tendo ficado demonstrado a sua elevada aceitação e operacionalização por todos.

O SINDETELCO tem sido contactado pelos trabalhadores da ANACOM, associados e não associados, no sentido de intervir junto dessa entidade empregadora em resposta à última comunicação relativa ao teletrabalho.

Em resposta às mais recentes políticas de teletrabalho, e dando seguimento a políticas de melhorias mundiais relativamente às condições no teletrabalho [1], vimos comunicar que:

  • O SINDETELCO vê como positiva a adoção de uma política de teletrabalho na ANACOM que mantenha uma vertente voluntária e que permita aos trabalhadores, em conjunto com as suas hierarquias diretas, determinar se as suas funções podem ser desenvolvidas em teletrabalho, acautelando, assim, os interesses da organização, tendo em conta quem estabelece objetivos e quem tem a responsabilidade de responder adequadamente pelos mesmos.
  • O SINDETELCO vê como positivo que a ANACOM garanta que cada trabalhador estabeleça um contacto presencial com a organização com um mínimo de 5 vezes por cada mês de trabalho, devendo ainda a gestão de recursos humanos manter controlos mensais dos horários de trabalho efetivos de cada trabalhador em teletrabalho, como desde há dois anos.

O retorno à política de trabalho presencial a 100%, com exceção da possibilidade de trabalho remoto, mas apenas em situações extraordinárias previstas, num contexto mundial de escalada de preços, não ajudado pelo recente aumento nas matérias de expressão pecuniária na ANACOM, não negociado pelo SINDETELCO, resultante em uns quase inexistentes 0,9% [2], tem suscitado as seguintes questões, por parte dos trabalhadores:

  • O custo da energia está a aumentar;
  • O preço proibitivo dos combustíveis está em máximos nunca antes visto;
  • O preço dos bens essenciais, nomeadamente da alimentação, começa a demonstrar uma tendência de subida significativa, refletida nas dificuldades da distribuição, face ao brutal aumento do preço dos combustíveis;
  • O aumento dos casos de Covid-19 que pode ser resultado de uma maior utilização dos transportes públicos, face à utilização cada vez menos possível de transporte próprio.Outros fatores como o não abaixamento de índices de produtividade dos trabalhadores em teletrabalho, verificando-se quase sempre o oposto, bem como uma melhoria na conciliação da vida profissional com a vida pessoal faz com que uma política mais flexível do teletrabalho deva ser considerada e adotada na ANACOM.

    O SINDETELCO dá por isso nota pública desta posição a todos os trabalhadores da ANACOM, tendo sido remetida cópia aos membros do CA.

    [1]https://uniglobalunion.org/report/report-remote-work/
    [2] https://www.sindetelco.pt/comunicados/materias-de-expressao-pecuniaria-anacom/

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